Nem que eu quisesse eu conseguiria esconder a alegria que
estou sentindo com os fatos que vou relatar. Por mais que saiba que essa
efusividade leonina possa me atrapalhar futuramente sinto que é sadio e talvez
até necessário expressar essa alegria também.Iria contra minha natureza,
talvez.
O que aconteceu há meia hora atrás comigo foi um
desencadeamento de um monte de outras experiências fortíssimas que vem acontecido
comigo, que talvez eu relate aqui algum dia, ainda não tenho os textos prontos.
Mas, em resumo, pode-se dizer que a minha conexão com a Gaia, que já era forte
antes, alcançou um grau diferente, mais profundo e mais sóbrio. Não poderia
dizer, no entanto, que isso se deu de maneira suave e doce. De forma alguma.
Foi um processo forte, turbulento, onde por um momento tive uma sensação
maravilhosa de Plenitude total para em seguida voltar ao mundo físico com todas
as suas deformidades e aberrações. Parecia que nada tinha acontecido. Nenhuma
sequela física ou psíquica, nenhuma sensação ou percepção nova... Porém não
demorou à minha percepção das coisas ser estilhaçada. Era como bater com um
martelo num espelho enorme. No começo as coisas ficaram “trincadas”, depois
seus pedaços foram caindo, pouco a pouco, e ainda estão caindo, pro desespero
do meu Ego e da minha mente racional, duas coisas que eu ando tratando com
muito cuidado e carinho ultimamente, pra que eles consigam aguentar as pancadas
que tem levado. Isso não diminui de forma alguma a minha implacabilidade com
meus objetivos, mesmo que eles se machuquem no processo, a poder da cura existe
pra isso, e o filme do “efeito sombra” estará sempre por perto para ser o
bálsamo que preciso, rsrs...
Enfim, reparei ultimamente um desequilíbrio energético no meu
ovo luminoso, reparando que alguma coisa estava fazendo eu agir de uma maneira
incongruente com meu Ser mais profundo no meu cotidiano. Uma energia minha, mas
que eu não conseguia controlar. E então, como o sopro de um vento me veio a resposta
do que realmente estava por trás daqueles impulsos: uma sombra, é claro.
Meditei sobre essa sombra e reparei , não com muita surpresa, que ela não era
minha, mas sim uma energia de uma amiga com qual eu tinha jantado na noite
anterior (acabei o jantar exaurida de energia, esgotada!). Engraçado como
aquilo realmente agiu em mim como se fosse meu! Porém mesmo depois de
recapitular todo o jantar, as conversas, os pensamentos e as projeções, sentia
que aquele desequilíbrio tinha um fundamento, uma base realmente minha. Mesmo
com meu contato com a Gaia tendo sido recentemente reafirmado, eu me sentia
distante dela, e isso gerava uma carência estranha, que não era meramente
emocional ou racional, e que ninguém parecia ser capaz de saciar.
Eis que eu estava então no topo de uma montanha, com um xamã
já conhecido, que muito já havia me auxiliado em outras experiências. Ele
estava na frente de uma fogueira, sentado, na minha frente. Ele apontou para
leste e e disse
-Está vendo aquela constelação? A Leste? Aquela é a sua
constelação, você está me ouvindo? Ela foi feita pra você!
- Como assim “feita pra mim” – dizia eu estranhando a enorme
auto-importância que seria ter uma constelação só pra mim!
- Uma constelação para pessoas com energias análogas a sua,
sintonizada com a sua, não importa! Não esqueça que aquela constelação é sua,
está me entendendo?
- Ahmmm... Ok.
-Então repita comigo: Aquela constelação a Leste é a minha
constelação.
- Aquela constelação a Leste é a minha constelação – eu repeti
com seriedade.
Ele se levantou e saiu andando, como se já tivesse cumprido
com a sua missão ali. Eu o segui, perguntando sobre as coisas que vinham
acontecido comigo, sobre como lidar com a minha sombra, etc. Ele me respondeu:
- Isso não tem importância alguma! Um guerreiro ou guerreira
não tem nem sombra nem luz. Nem bondade nem crueldade. Um guerreiro é
implacável e pleno! Essa dualidade é algo implantado em nós, mas é externo a
nós. Nós somos o que somos. Inteiros.
Aquilo fez um enorme sentido pra mim e senti uma paz muito
grande naquele momento, porque além daquilo soar estupidamente verdadeiro pro
meu Ser, era como se eu pudesse de novo, me sentir inteira, mesmo tendo que “reorganizar”
as coisas por dentro e mudar de hábitos.
- E essa sensação de carência? – eu perguntei pra ele.
Então estávamos em um outro lugar, que já estivemos antes,
onde, no Sonhar, tive uma experiência com a Cannabis. Olhávamos para Oeste, no
mesmo lugar do outro Sonhar e então ele me olhou da mesma maneira que um dia já
tinha me olhado, e me respondeu:
- Por que você vem perguntar isso pra mim? Nós dois sabemos do que quem você sente falta, não é? – e eu
senti em meu coração do que ele estava falando.
Imediatamente ao sentir isso eu estava flutuando no espaço,
com estrelas ao meu redor e via a Terra lá longe, tão distante de mim...
Intentei me aproximar dela, falar com ela, voltar pra ela. Senti em mim ela me
convidando para uma aproximação ainda mais íntima, uma fusão energética.
Aceitei o convite mentalmente, mas apenas quando visualizei uma energia de amor
e de intento, vi um clarão, ouvi um barulho muito alto, e me senti puxada pra
ela. No instante seguinte estávamos rodando, dançando pelo Universo, juntas.
Qualquer pensamento que eu tinha, fazia com que nós nos “desgrudássemos”, e
voltássemos a ser duas. Apenas o Intento mais forte poderia nos agregar. Eu
sabia que haviam ainda níveis ainda mais profundos de fusão com ela. Porém
naquele momento, não eram deles que eu precisava, pois eles seriam contatos com
partes mais profundas dela, em que ela seria mesma seria quase irreconhecível.
E tudo que eu precisava era reconhecê-la. Após alguns minutos curtindo aquela
inércia giratória e aquela energia de plenitude e amor, senti que deveria
voltar pro corpo físico. Percebi em mim uma energia nova, que ela tinha me
concedido, uma energia azul-esverdeada. Soube que eu deveria usar aquela
energia para recapitular.
Voltei ao corpo físico, suavemente. E esperei a águia
trazer-me as cenas para recapitular. Após umas três cenas – uma delas
envolvendo um episódio muito distante da minha infância – senti que era hora de
descansar. Deitei-me na cama de bruços e deixei meus pensamentos me guiarem...
Logo eu estava numa praia, e a água me chamava muita
atenção. Era apenas uma daquelas imagens nítidas que aparecem antes de
dormimos. Junto com essa imagem ouvia o som da voz do Tori. Conversávamos sobre
aleatoridades, até que eu mencionei uma “piscina infinita”
- O que é uma piscina infinita? – ele me perguntou.
- Ah, é como se tivessemos a piscina normal, só que em vez
dela ter uma beirada normal,um dos lados dela é da altura da margem da água, de
forma que a água cai do outro lado, mas que parece que a piscina imenda com o
horizonte quando vc olha bem baixo... Dá um efeito lindo! Eu já estive numa
dessas...
Conforme eu ia descrevendo a beleza de uma “piscina infinita”,
eu percebi que de repente eu estava em uma. Era uma piscina enorme de um hotel
que eu visitei na minha pré-adolescência. (Era sem dúvida um dos lugares mais
bonitos que eu já havia estado. Lembro-me do quanto eu amava aquela piscina e
detestava o calor daquele lugar. Lembro-me do êxtase de nadar naquela piscina
no por-do-Sol, e do quanto que eu queria poder estar totalmente sozinha naquele
lugar pelo menos por alguns minutos, pra me deliciar com o prazer estético
daquelas águas e daquele horizonte. Não é a toa que ela apareceu pra mim). Eu
estava ali sozinha naquela piscina de novo e saía da piscina pra depois deixar
meu corpo solto cair sobre aquelas águas repetitivamente, curtindo a água, o
frescor, aquela sensação de aconchego e maciez que ela me trazia! Eu
simplesmente não queria mais voltar à superfície. Era tudo lindo demais
ali! Aquele azul, aquele frescor! Mas eu
me lembrava de que precisava respirar... Até que eu intentei poder respirar de
baixo dágua, como em alguns sonhos eu já tinha feito. Minha mente racional
demorou pra se acalmar, mas quando eu percebi, estava respirando normalmente em
baixo da água. Feito isso eu me acalmei novamente e comecei a nadar pela
piscina. Por um momento parece que eu senti um ser das águas ao meu lado, quase
como que se relance, me acalmando e como se estivesse me “concedendo” o dom de
respirar em baixo dágua (ou a calma necessária pra perceber que isso era
possível). Mas foi apenas um relance, não conseguiria descrever o Ser. Só sabia
que ele era mto luminoso e bem-intencionado. Depois que ele apareceu, fui
conduzida pela própria água a reparar que havia ali pertinho, um buraco na
piscina, que formava um pequeno “furacãozinho” na água, que escorria pra lá.
Fiquei curiosa e olhei pra dentro do furacãozinho. Ele dava para um cano com
uns 30cm de diametro por onde a água escorria. Sem querer, fui me deixando
levar por aquele cano, até que reparei que ele saía do outro lado de uma
piscina e hotel idênticos ao que eu estava anteriormente, só que do outro lado.
Quando reparei isso, comecei a ouvir um barulho ensurdecedor, como um “iiiiiiiiiiiiii....”
estupidamente agudo e sentir uma sensação de balonamento. Lembro de
conscientemente ter pensado:
- A água é condutora! Isso é uma técnica! Um portal!
Ao mesmo tempo ouvia a voz do Tori me dando instruções:
- Deixe a água de conduzir. Ela é poderosa. Se eu fosse você
abriria os olhos aos pouquinhos... Pra se acostumar...
Porém eu naturalmente fazia coisas diferentes do que ele
estava falando, e a voz dele estava me desconcentrando. Quando ele reparou
isso, parou de falar, rsrs...
Voltei imediatamente para o lado original da piscina, e me
acalmei. Enxi os pulmões de ar (ou água, isso é muito estranho! Rsrs) e me
deixei mergulhar naquele buraco na piscina. Não pensei. Simplesmente me
entreguei. Quando saí do outro lado, estava inteira formigando, a piscina e o
hotel eram idênticos, porém, eu parecia diferente (apesar de idêntica
fisicamente). A sensação de balonamento e de estar em um outro mundo me
envolviam a medida que eu subia para a superfície.
Assim que alcencei o ar na piscina do outro lado, eu
repentinamente estava de volta ao meu corpo físico, porém com certo
estranhamento. Estava de volta ao meu quarto, deitada, na mesma posição que
tinha ido dormir, a sensação de corporalidade era tão óbvia que eu por um
momento achei que tinha acordado. Porém o barulho ensudecedor e a sensação de
formigamento não me abandonavam. Estava com os olhos fechados, e sabia que não
deveria abrí-los. Era tudo estupiadmente lúcido, estupidamente real! E eu
sentia que poderia fazer qualquer coisa que quisesse! Pensei então na coisa
mais legal que conegui: me fundir de novo com a Gaia. No que pensei isso,
aquele barulho enorme da outra fusão me invadiu e senti uma atração ainda mais
forte, que se eu não tomasse cuidado eu iria praquela escuridão densa e infinita
que eu sentia no centro Dela e nunca mais voltaria. Quando notei isso, voltei
pra perto do meu corpo físico, onde estava antes, e percebi que deveria tomar
cuidado com o que fazia. Tentei me acalmar, controlar minhas emoções. Quando
consegui, intentei então para flutuar acima do meu corpo, como eu sempre fazia
quando queria me projetar. Para minha surpresa – ou nem tanto rsrs – eu consegui
flutuar com uma facilidade impressionante, e o barulho passou. Estava ainda
meio incrédula, no entanto... Me posicionei então ao lado da minha cama, virada
pra mim, ainda de olhos fechados. Mais uma vez, para meu espanto, consegui
realizar essa manobra com uma facilidade e fluidez impressionantes. Ainda
assim, estava cética a esse respeito. Pensei em alguma forma de tirar essa
dúvida... Então me agaichei ao lado da cama, ainda virada pro meu corpo físico,
e comecei a tatear a cama, ainda de olhos fechados, pedacinho por pedacinho. Se
eu estivesse realmente projetada, sentiria meu corpo físico (assim eu pensava,
porém era um “pensar” diferente, sem palavras). De repente senti uma pele
quente na ponta dos meus dedos e como um reflexo, tirei a mão. Eu estava fora
do meu corpo físico!Por um momento quis olhar pro meu próprio corpo, mas senti
que não deveria. Fiz então uma técnica de abrir e fechar os olhos de relance,
para poder lidar com a imagem aos poucos. Quando fiz isso, vi meu próprio corpo
deitado na cama daquele ângulo que eu estava, agaichada, pro impacto ser menor.
Decidi então exercitar meu duplo. Olhei ao redor pro
quarto... Tudo parecia igualzinho! Até com meu piercing – que coloquei há menos
de um mês – eu estava! Porém, eu sabia no meu íntimo que eu não estava no meu
corpo físico. A sensação era muito diferente. Comecei então a andar ao lado da
cama. Sabia que não deveria concentrar minha atenção em andar com os pés, mas
sim com intento, imaginando-me fluindo pelo ambiente. Imaginei um fluxo até os
pés da cama, e depois até a janela... Bem devagarzinho, pra me acostumar com aquela
sensação... Suavemente... Eu estava com uma sensação estranha, de como se eu
fosse de areia, como se eu inteira estivesse formigando, porém conforme o tempo
passava eu sentia essa sensaçaõ diminuindo.Quando cheguei na janela, que estava
fechada, comecei a me perguntar pra onde ir. Afinal, eu podia tudo! Pensei nos
lugares belos que poderia visitar, nas pessoas que poderia ver, nos testes que
poderia fazer... Eis que algo me interrompe: senti que meu celular começaria a
tocar no próximo milésimo de segundo. Olhei pra ele de onde estava, vi de
relance meu corpo na cama e soube que se não voltasse muito rápido pro meu
corpo físico eu ia levar um susto enorme e “cairia” drasticamente no meu corpo
físico, levando aquele susto fudido que eu sempre levava quando queria me
projetar. Tive que agir muito rápido. Lembrei-me da piscina e intentei voltar
pra ela. Logo estava no cano, passei por ele, voltando pro outro lado da
piscina original, o que me levou de volta ao corpo físico, deixei minha energia
se assentar nele antes de me mexer, e me voltei para atender o celular. Era um
aluno remarcando o horário da aula.
Havia uma sensação de adrenalina em mim, mas ao mesmo tempo
não era pelo susto, mas sim pela velocidade que eu tinha agido. Falei com o
aluno normalmente. Desliguei o telefone, ofegante. Era como se nada tivesse
acontecido, como se a lembrando fosse algo muito distante, ou que nem tivesse
acontecido comigo e sim com outra pessoa, mas eu sabia no meu íntimo que tinha
sido real. Só então parei pra pensar no quanto aquilo tinha sido especial! Era
a primeira vez que eu tinha uma experiencia tão lúcida! Em que eu pude até
sentir o toque do meu corpo físico! Aquilo tinha sido muito especial, e então
corri aqui pra descrever tudo antes que esquecesse qualquer detalhe...
Agora que já o fiz, está na hora de reaver a minha
serenidade. Felicidade e euforia são duas coisas muito distintas e que nós
estamos muito acostumados a confundir. Não acho que a felicidade possa ser
nociva a mim, a euforia sim. Vai ser difícil pros meus instintos leoninos, mas
eu vou conseguir separar uma coisa da outra na minha cabeça. Mas eu não mais vou
me repreender por ser efusiva, como faria antes... Afinal, uma guerreira é o
que, não é verdade? rsrs...
Intento!
Forte experiência Jéssika e muito significativa encontrando os portais do Sonhar e usando um dos elementos condutores no caso a àgua.
ResponderExcluirPenso que vc tem um boa afinidade com esse elemento, parece-me que o fogo lh dispersa, enquanto a àgua lhe da sobriedade.
Também me parece que a psicina trnou-se um "Lugar de Poder" para vc. Então busque Intenar sempre a psicina para ajudar vc fluir no Sonhar.
Belíssma experiência! Intento
Oi Tori... Que bom que conseguiu ler tudo com calma...
ResponderExcluirPois é, engraçado que mesmo as minhas 'imagens mentais' são cheia de água também... Acredito que o fogo me energize e me concentre, porém por um período curto e intenso de tempo, me deixa cansada, já minhas experiências com água sempre foram refrescantes e muito vívidas, muito lúcidas...
Não tinha pensado nesse lance da piscina ser um Lugar de Poder, mas bem pensado... vc tem razão. Vou buscá-la sempre sim...
Um abraço!
Intento!
Naõ tinha pensado?!@
ResponderExcluirComece a pensar com carinho então rsss
Inento!