quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Tudo que somos é poeira ao vento...



Hoje no calor infernal, o céu acinzentava nossos corações, nossos sorrisos, cegava-nos pro mundo acima de ruas e calçadas. O cinza tirava a cor dos nossos dias, das nossas árvores, das nossas ruas e casas... Com o rosto franzido percebo que a poluição sufocava um pedacinho de nossas vidas já meio sem cor...
Então quando tudo parecia perdido para sempre - nada é pra sempre na Natureza - vieram os ventos que desafiavam árvores e casas, cabeleiras e cortinas. Implacável, enchendo-nos de assombro e dúvidas. Eis que se constitui uma guerra no céu. O apocalipse nas nuvens. Tons dos mais absurdos se fazem: amarelos, cinzas, negro... Para depois todos caírem aos pés de Thor, o Deus dos Trovões que gosta das coisas bem luminosas e coloridas como as Auroras Boreais... Na fúria de Iyansã, na benevolência de São Pedro, lava-se a cidade e a floresta com as lágrimas de exaustão da Terra - um sintoma que para seres humanos, já nem é mais considerado doença. O caos desce sobre os ventos com a fúria de quem já não aguenta mais. Em poucos minutos, silêncio absoluto. Marcas da guerra pelas ruas e calçadas celebram o alívio dos ares. O por do Sol se atrasava um pouco mais, para que antes da noite cair, as cores pudessem reinar alguns minutos. A leveza em respirar, a fluidez, a calma, o silêncio, a pureza... Era como se a poluição de poucas horas atrás jamais tivesse acontecido. Todos os que respiravam celebravam - em silêncio - a vida devolvida.

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