domingo, 17 de junho de 2012

A Sede



Não sabia desde quando, mas eu tinha sede.
Percorria desertos, florestas, cruzava oceanos para saciá-la.
Porém nada parecia conseguir saciá-la de todo.
Ainda assim, eu tinha sede - uma sede incontrolável!

Passou-se uma vida inteira, enquanto eu buscava
Com desespero cada vez maior, alívios momentâneos
Para uma sede que parecia eterna.

E então, mais por casaço que por desesperança, eu desisti.
Simplesmente desisti. Minha sede nunca seria saciada.
Tinha um balde cheio de água cristalina nas mãos,
Ele refletia meu rosto cego de desespero.
Mas coloquei-o no chão - apesar da sede.

Tirei minhas mãos dele, e dei-lhe as costas,
E então, assim, repente,
Senti-me pela primeira vez em muito, muito tempo - leve.
Pela primeira vez, em muito, muito tempo,
Eu reparei no horizonte,
no Sol, no céu, nos Ventos e nas flores.
Havia, de repente, um mundo inteiro ao meu redor.

Então, em um susto de gelar a barriga, eu percebi:
Minha sede havia me libertado!


2 comentários:

  1. Aaaaaaaaaaa além de artista é grande poetiza!

    Lindo Jéssika, fluido como águas, profundo como o Oceano!

    Intento!

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